segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Banco de sementes salva plantas raras dos Açores


Foi na freguesia de Flamengos que nasceu, em 1986, o Jardim Botânico do Faial, a partir de um projecto de recuperação da antiga Quinta de São Lourenço.


Aqui, são conservados à vista dos visitantes exemplares da flora característica dos arquipélagos dos Açores e das ilhas da Macaronésia. Uma região biogeográfica comum.


E é aqui, também, que se desenvolve um projecto que pode garantir a sobrevivência das espécies endémicas (ler caixa) dos Açores.


"O Banco de Sementes do Jardim Botânico do Faial pretende guardar as espécies endémicas de todas as ilhas. Em primeiro lugar, as mais raras e, depois, vamos chegar a todas as espécies dos Açores em condições que as sementes aguentem longos períodos de tempo", explica João Melo, coordenador do Jardim.


As condições são: ausência de humidade, ausência de luz e baixa temperatura (-16 graus). Assim, estima-se que a semente fique com a sua viabilidade de germinação durante longos períodos de tempo, até 100 anos.


Ainda assim, de dois em dois anos procede-se à germinação das sementes para verificar a sua viabilidade.


"Neste momento, temos cerca de 23 a 25 espécies endémicas dos Açores, ou seja, um terço da flora endémica dos Açores já está guardada", correspondendo à espécies "mais raras dos Açores", diz o também director de Serviços do Ambiente da Ilha do Faial.


Existe mais do que um levantamento das espécies endémicas dos Açores mas deverão ser 66 as espécies endémicas nos Açores.


João Melo dá dois exemplos das mais raras: uma (popularmente conhecida por "não-me-esqueças", nome genérico para miosótis), a

Outra, é a
O Banco de Sementes teve início em 2003 quando, através da direcção regional do Ambiente, o Jardim Botânico do Faial ‘entrou’ para um projecto chamado BASEMAC - Banco de Sementes da Macaronésia, em parceria com o Jardim Botânico da Madeira e o Jardín Canário Viera y Clavijo, das Canárias.


Destinado a conservar e a promover o uso sustentado do património genético vegetal dos arquipélagos dos Açores, Madeira e Canárias, o projecto integrou-se no Programa de Iniciativa Comunitária INTERREG III B, 2000-2006, e foi co-financiado pelo Fundo Europeu para o Desenvolvimento Regional (FEDER) em mais de 800 mil euros.


"Futuramente, vamos integrar mais um projecto INTERREG, o BIOCLIMAC, com um objectivo mais alargado: estudar como é que as plantas se irão comportar com as alterações climáticas", adianta João Melo.


Refira-se que o Jardim Botânico do Faial tem como meta implementar completamente a Estratégia Global para a Conservação de Plantas (adoptada em 2002 na Conferência das Partes da Convenção sobre a Diversidade Biológica, em Haia) até 2011, altura em que celebrará o 25º aniversário e em que vai também receber o XI Simpósio da Associação Ibero-Macaronésia de Jardins Botânicos.Myosotis azorica endémica dos Açores e que só existe nas Flores e no Corvo. Estima-se que a sua população na natureza não ultrapasse os 200 indivíduos, existindo actualmente em maior número em viveiro no Jardim Britânico do Faial. Veronica Dabney, referida nas ilhas das Flores, Corvo e Faial (nesta última já não se conhece nenhuma população), foi dada como extinta em 1938, mas, entretanto, nos anos de 1999/2000 foi (re)descoberta por técnicos da secretaria regional do Ambiente permitindo que fossem recolhidas sementes que possibilitaram a sua reprodução.



Fonte: Acoriano Oriental

1 comentário:

Anónimo disse...

Nao presta para nada