terça-feira, 15 de setembro de 2009

Cientistas vão saber como evoluiu a ilha do Pico


Os cientistas internacionais que se encontram no Pico para estudar a forma como a actividade tectónica e vulcânica pode influir nas previsões de erupções vão conhecer terça-feira como foi formada esta ilha dos Açores.

"Está marcada para terça-feira uma visita de estudo à Montanha do Pico, que pretende servir para dar uma ideia de como a ilha nasceu e evoluiu", revelou hoje Zilda França, da Universidade dos Açores, em declarações à Lusa.

A ilha do Pico, que, segundo estudos recentes, se estima ter cerca de 1,2 milhões de anos, emergiu de uma fractura tectónica que se desenvolve ao longo de 350 quilómetros, desde a Crista Médio Atlântica até uma zona a sul da Fossa do Hirondelle.

O Vulcão do Pico é relativamente recente, com cerca de 750 mil anos, tendo entrado em actividade pela última vez no século XVIII.

Esta ilha, a segunda maior dos Açores, deve o seu nome à montanha vulcânica que a domina, onde se situa o ponto mais alto de Portugal, a 2.351 metros de altitude.

A Montanha do Pico é também a terceira mais alta que emerge do Atlântico, medindo desde a zona abissal quase cinco mil metros, quase metade dos quais se encontram submersos.

Um grupo de 35 cientistas de 12 países, alguns dos quais com vulcões muito activos, participam esta semana nos açores na Conferência Anual da Comissão Europeia de Sismologia, que decorre no Convento de S. Pedro de Alcântara, no Pico.

Durante sete dias, os cientistas vão fazer do arquipélago açoriano a sua sala de estudo, aproveitando o facto dos Açores serem considerados internacionalmente como um 'laboratório vivo' no campo da vulcanologia e da sismologia.

A alta sismicidade e o vulcanismo activo são duas características importantes do arquipélago açoriano, que também beneficia do facto de se encontrar numa zona de confluência de três placas tectónicas (a americana, a euro-asiática e a africana). Esta importante reunião científica internacional conta com o apoio da Associação Internacional de Vulcanologia e Química do Interior da Terra (IAVCEI) e da Associação Internacional de Sismologia e Física do Interior da Terra (IASPEI), duas das mais prestigiadas instituições nesta área.



Fonte: DN

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