O PS enfrenta a recta final da campanha eleitoral reivindicando o estatuto de «esquerda responsável» e única capaz de impedir um governo de direita, pedindo ao seu eleitorado que não se «disperse» com votos em «miragens».
Hoje a caravana socialista ruma aos Açores, e, a jogar «em casa», na região autónoma governada pelo socialista Carlos César, arranca para a última semana de campanha repartindo as críticas entre a direita, que acusa de não ter ideias, e a esquerda, que apelida de «radical», sendo os dois principais alvos PSD e Bloco de Esquerda.
Domingo, o número de referências - leia-se críticas - ao Bloco de Esquerda em nada ficou a dever aos ataques ao PSD, pois se o secretário-geral se limita a apelar, cada vez mais insistentemente, à «concentração de votos no PS», numa mensagem ao eleitorado de esquerda, já outros responsáveis socialistas foram bem concretos nas críticas.
Em Matosinhos, o porta-voz do PS, defendeu que «o Bloco de Esquerda é uma miragem» e «cada voto numa miragem é um voto dado à direita», daí ser «muito importante votar na esquerda credível», disse.
No comício ao início da noite no Porto, o cabeça-de-lista do PS pelo distrito, Alberto Martins, apelou ao voto na esquerda «que quer governar», em alternativa «a mais esquerda para assistir à vitória da direita no Governo», enquanto o candidato a deputado e ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, considerou as propostas do Bloco não de uma pedrada, mas sim «um verdadeiro bloco atirado às famílias e à classe média portuguesa».
Já o grande «trunfo» da campanha de domingo do PS, o «histórico» Mário Soares, preferiu «apontar as baterias» à direita, com fortes críticas ao PSD no comício do Porto, e, em declarações aos jornalistas, disse mesmo que não o repugna um entendimento pós eleitoral com o Bloco de Esquerda.
É neste tom que a campanha do PS chega hoje aos Açores, onde Sócrates tem um almoço com o presidente do PS/Açores, Carlos César, antes de uma «arruada» em Ponta Delgada e um jantar-comício em Angra do Heroísmo.
Fonte: Diário Digital
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