sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Governo implementa medidas para erradicar flora invasora no Pico



A Secretaria Regional do Ambiente e do Mar está a proceder a acções de recuperação de habitats naturais protegidos promovendo a eliminação das espécies exóticas de duas importantes áreas de vegetação natural do Parque Natural da ilha do Pico. Uma destas áreas está localizada na Reserva Natural do Mistério da Prainha e outra situa-se na Área de Paisagem Protegida do Planalto Central.

A Reserva Natural do Mistério da Prainha, é, nos Açores, o melhor núcleo de vegetação endémica em lavas recentes, Mata de louro-azevinho, formado e dominado por espécies arbóreas endémicas como Laurus azorica (louro) e Ilex azorica (azevinho). A intervenção prevê a erradicação, por corte e aplicação de herbicida na secção de corte, das espécies invasoras Acacia melonoxilom (acácia), Hedychium gardneranum (conteira ou roca-de-velha) e Pittosporum undulatum (incenso).

Na Área de Paisagem Protegida do Planalto Central, onde predominam os Matos macaronésicos endémicos, há uma comunidade aparentemente não estratificada que, por se encontrar em zona encharcada e quase sempre coberta por nevoeiro, possui um manto irregular de Sphagnum spp. (turfeira) sob espécies como Juniperus brevifolia (cedro-do-mato), Vaccinium cylindraceum (uva-da-serra) e Calluna vulgaris (rapa) com porte arbustivo. Na Bacia Hidrográfica da Lagoa do Paul, localiza-se uma parcela deste habitat que se encontra sob um coberto decrépito de um povoamento de Criptomeria japonica. A eliminação deste povoamento florestal possibilitará que se criem as condições necessárias para um melhor desenvolvimento das espécies naturais. Para a eliminação destas espécies os troncos serão perfurados com broca para inoculação de herbicida a 50%, seguido de tamponagem do orifício. Além de ser extremamente eficaz e localizada esta técnica minimiza os estragos nos substratos inferiores de vegetação endémica, possibilitando uma mais rápida recuperação da paisagem.

Estas intervenções justificam-se especialmente dado tratarem-se de dois habitats naturais que, apesar de sofrerem de alguma perturbação, ainda se encontram em bom estado de conservação e possuem manifesto interesse para a conservação da natureza, quer pela sua composição florística quer pela sua estrutura.

O Governo Regional dos Açores vai investir este ano cerca de 41 400 euros na remoção destas plantas exóticas numa área de cerca de 8,5 hectares. O investimento decorre no quadro do Plano Regional de Erradicação e Controlo de Espécies de Flora Invasora em Áreas Sensíveis (PRECEFIAS), cuja implementação está a cargo da Direcção Regional do Ambiente.


GaCS/SF/SRA

Sem comentários: