quarta-feira, 28 de abril de 2010

Exposição de Senigalliesi é afirmação de liberdade celebrada pelos Açores enquanto Região Europeia do Ano




O Secretário Regional da Presidência enalteceu a qualidade das "imagens do fotógrafo e repórter de guerra italiano Lívio Senigalliesi, captadas na transição da Alemanha dividida para a Alemanha reunificada", sublinhando que elas, "não só retratam um dos episódios mais marcantes da história contemporânea do continente europeu, como também simbolizam o espírito de união e partilha que é o principal esteio da Europa que hoje construímos".

André Bradford, que falava na inauguração da exposição de fotografia de Livio Senigalliesi, patente no Auditório do Ramo Grande, na cidade da Praia da Vitória, recordou que estas fotografias mostram uma divisória que "sem ocupar sequer 10% da extensão entre as parcelas ocidental e oriental da Alemanha, o Muro de Berlim era uma das fronteiras mais militarizadas do mundo, separando politicamente o que a Geografia e a História tinham, secularmente, posto em comunhão".

Para o Secretário Regional da Presidência com a queda do Muro de Berlin, em Novembro de 1989, na sequência da abertura progressiva da União Soviética de Gorbachov, "ganharam novo significado as palavras míticas de John F. Kennedy, quando afirmou, junto às Portas de Brandenburgo, “todos os homens livres, onde quer que vivam, são cidadãos de Berlim”.

As imagens apresentadas nesta exposição, para além da sua "intrínseca qualidade técnica e artística", retratam um momento histórico e, segundo André Bradford, são "uma afirmação inequívoca dos valores da liberdade e da democracia como componentes fundamentais do projecto europeu, que nos compete celebrar sempre e, particularmente, enquanto Região Europeia do Ano, no âmbito do Conselho da Europa".

O responsável pelo programa dos Açores, enquanto Região Europeia do Ano 2010, destacou a exposição, agora inaugurada, como sendo uma das "mais de três dezenas de eventos específicos que, neste primeiro semestre de 2010, assinalam nas nove ilhas da nossa Região, no continente português e em Bruxelas, coração da Europa dos nossos dias, a designação dos Açores como Região Europeia do Ano".

André Bradford, destacou a "ideia" de partida, a qual faz dos Açores "o território onde a Europa chega mais longe a Ocidente", e realçou o facto da Região "conferir profundidade Atlântica ao continente europeu, ligando-o à outra margem do Atlântico". O governante revelou, a propósito, a pretensão de, no âmbito da missão e objectivos das actividades da Região Europeia do Ano, "transpor para fora das nossas fronteiras a nossa realidade enquanto agentes do projecto europeu e, ao mesmo, tempo, trazer à Região a cultura e a vivência europeias, de que somos parte integrante mas de que, por vezes, nos sentimos distantes e afastados".

No contexto do desenvolvimento das actividades e conteúdos culturais que têm e vão ser desenvolvidos até ao final do ano, André Bradford, destacou "as parcerias com autarquias, instituições e associações culturais, empresas públicas e privadas, mas também com embaixadas e institutos culturais europeus com presença em Portugal, com o objectivo de aproveitar sinergias e a oportunidade criada pelas celebrações da Região Europeia do Ano para levar a cabo projectos com uma particular relação com a temática europeia".

No âmbito do estabelecimento de parcerias nas realizações que integram o programa da Região Europeia do Ano, André Bradford, aproveitando a circunstancia, salientou e agradeceu "o apoio e o empenho da Câmara Municipal da Praia da Vitória na concretização deste evento, que resulta de uma parceria entre o Governo dos Açores, a Embaixada da Alemanha em Lisboa e o Goethe Institut".

O Secretário Regional da Presidência destingiu a realização II Fórum Franklin Roosevelt, "realizado há cerca de duas semanas, na Ilha Terceira, e que, este ano, contou com uma vertente europeia reforçada" e anunciou a realização em Julho "um ciclo de cinema europeu, em colaboração com a Azores Film Commission, que incluirá um conjunto de longas-metragens que marcaram a história do cinema na Europa, uma por década, desde a criação da Comunidade Económica Europeia, em 1957, aos nossos dias".

O programa da Região Europeia do Ano inclui ainda, segundo referiu André Bradford, já em Junho, a "estreia de uma peça de teatro do autor açoriano Nuno Costa Santos sobre a pouco conhecida estadia no Faial do cantor belga Jacques Brel, que será exibida em Lisboa, Ponta Delgada, Angra do Heroísmo e Horta, e, em Julho, será a vez de Angra do Heroísmo receber os norte-americanos Pink Martini, grupo que, recorrendo ao formato grande orquestra, faz a síntese perfeita entre o clássico e o moderno, o cancioneiro italiano e francês e o swing americano, simbolizando por isso a união entre os dois lados do Atlântico".

No plano externo, de acordo com o Governante, a programação dos "Açores: Região Europeia do Ano" incluirá, em Bruxelas, "a realização do Fórum das Regiões Ultraperiféricas, em colaboração com a Comissão Europeia", e, no mês seguinte, chegará até ao ponto mais central desta cidade – a Grand Place – a obra de Canto da Maia, "dando a conhecer à Europa um dos maiores escultores portugueses do século XX e um dos mais internacionais artistas açorianos".

"Celebrar os Açores na Europa e integrar essa celebração numa lógica mais vasta de promoção da nossa Região e da nossa herança europeia é, pois, o objectivo central da nossa acção e a razão de ser principal do evento que hoje tivemos o prazer de inaugurar", disse.



GaCS/LFC

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