domingo, 19 de junho de 2011

Carlos César advoga maior controlo do património dos políticos



Ao ser ontem homenageado pela Câmara Municipal de Vila Franca do Campo com a Medalha de Ouro e com a distinção de Cidadão Honorário do município – em resultado de uma decisão aprovada por unanimidade na câmara e na assembleia municipais – o Presidente do Governo dos Açores sublinhou que essa unanimidade constituía um motivo adicional para o orgulho que sentia.


Defendendo que, se políticos evidenciarem vontade de servir os cidadãos, essa atitude valer-lhes-á o seu respeito, independentemente de virem a ganhar ou a perder eleições, Carlos César realçou que “um tema recorrente na avaliação dos políticos é sempre o da confiança ou da desconfiança que nos suscitam.”


Para o governante, “em causa está a boa-fé dos políticos que assumem compromissos ou dos que se declaram impossibilitados de os cumprir”, havendo, a sua opinião, que fazer um esforço – “nós, cidadãos em geral, os analistas, os jornalistas – para defender os políticos quando temos a consciência de que eles agem de boa fé.”


Na opinião de Carlos César, rectificar um compromisso assumido ou alterar uma prioridade não é enganar as pessoas “e os políticos que atendem a essas emergências são inteligentes e não incumpridores; são racionais e não enganadores.”


Como também realçou, em causa, na avaliação dos políticos, pode estar sua honestidade ou a falta dela, já que “um político não se pode tornar rico, em dinheiro e património” no exercício do seu cargo, “a não ser que tenha abusado ou beneficiado ilicitamente do seu poder.”


Por isso, Carlos César advoga “a publicação, a maior transparência e o controlo permanente do património dos políticos e do seu núcleo familiar mais próximo, para se saber quando, como e porquê cada um tem o que tem.”


Para o governante, “isso seria muito importante na nossa sociedade democrática, isso seria muito importante, mesmo na nossa Região, para a nossa tranquilidade democrática.”


A resolução destes aspectos – a que se soma o que qualificou de formas levianas e excessivas como os políticos se tratam uns aos outros – “deve ser considerada uma prioridade na nossa democracia e é indispensável para travar o divórcio, cada vez maior, da política face a outros aspectos do exercício da cidadania.”


O Presidente do Governo disse não ter dúvidas de que, “resolvidos esses aspectos, e independentemente de outros méritos e outros defeitos, as pessoas prezariam mais os seus políticos e que os políticos se sentiriam, também eles, mais respeitados.”


Concluindo – e reafirmando a sua grande satisfação pela homenagem que acabava de lhe ser prestada – Carlos César lembrou que “um político, que tem uma missão muito nobre, é quase sempre produto ou reacção a uma circunstância e a uma envolvência”, sendo que, no seu caso, considerava ter tido muitas a seu favor, entre as quais a sua contemporaneidade com a fundação da autonomia e com o advento da democracia, o apoio da família e dos seus colaboradores e, até, a boa influência de pessoas com quem conviveu.


A Medalha de Ouro da Câmara Municipal de Vila Franca do Campo e o título de Cidadão Honorário da primeira capital da ilha de S. Miguel foram atribuídos a Carlos César em reconhecimento pela sua decisiva acção, enquanto Presidente do Governo dos Açores, ao serviço da causa pública, pelo desenvolvimento que trouxe aos Açores e, em concreto, a Vila Franca do Campo.


A formação humanista e solidária de Carlos César foi também realçada nesta homenagem, como estando na base das políticas que desenvolveu, no sentido de dotar a Região - e, naturalmente, também Vila Franca - de infra-estruturas e equipamentos de apoio aos mais carenciados, o que contribuiu "para o aumento da qualidade de vida dos vilafranquenses e para o progresso económico, social e cultural do concelho."



GaCS/CT

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