sábado, 16 de julho de 2011

Casa Manuel de Arriaga abre até final do ano





A Casa Manuel de Arriaga, um espaço que o Governo dos Açores pretende que seja de evocação da memória do seu patrono e dos ideais e valores da República, vai abrir ainda durante o corrente ano.

A afirmação é do Director Regional da Cultura e foi feita sexta-feira à noite, na Horta, no âmbito da realização de mais uma das 18 palestras que integram o ciclo de conferências subordinado ao tema Açores: 100 anos de República.

Segundo referiu Jorge Bruno, a par do projecto museológico, que já está a ser desenvolvido, decorrem também naquela casa obras de refuncionalização que visam dotá-la de um espaço “onde não só a figura de Manuel de Arriaga é evocada mas também todos os ideais republicanos”.

Aproveitando a ocasião para fazer um balanço das diversas actividades desenvolvidas no âmbito das comemorações a nível regional do centenário da República, o Director Regional da Cultura considerou que os “resultados alcançados revelam a pertinência” desta iniciativa, que arrancou em Setembro de 2010.

Conforme indicou, o programa teve um “acolhimento relativamente bom” junto do público em geral e, de forma especial, “junto do público escolar, que é um público-alvo da nossa atenção e a quem se destina grande parte das actividades”.

Jorge Bruno lembrou ainda ter sido preocupação do executivo não limitar as comemorações do centenário da República no arquipélago à figuras-maiores de Manuel de Arriaga e de Teófilo Braga, adiantando, a título de exemplo, que nove açorianos foram ministros no contexto da I República.

Os Açores deram diversas figuras de primeiro plano à I República e muitos outros tiveram também posições destacadas, designadamente no Senado e no Parlamento, constatou o Director Regional da Cultura.

A palestra apresentada esta sexta-feira na Horta pela investigadora Ana Simões, do Centro Interuniversitário de História das Ciências e Tecnologia da Faculdade de Ciências Universidade de Lisboa, teve como título O astrónomo e popularizador Melo e Simas. Entre granadas, planetas e cometas.

Militar, astrónomo e político, Manuel Soares de Melo e Simas nasceu na Horta a 10 de Julho de 1879 e faleceu em Lisboa a 10 de Agosto de 1934. Estudou na Universidade de Coimbra e na Escola Militar, onde fez o curso de Artilharia. Serviu em várias unidades de Artilharia e, já depois de abandonar o serviço militar, interrompeu as suas funções no Observatório Astronómico de Lisboa para integrar o Corpo Expedicionário Português, em França. Chegou ao posto de coronel.

Depois de deixar a vida militar, ingressou no quadro de pessoal do Observatório Astronómico de Lisboa, do qual chegou a ser Subdirector. Foi membro da Academia das Ciências de Lisboa, da Sociedade Astronómica de Espanha e América, da Academia das Ciências de Portugal e da Sociedade Astronómica de França, tendo sido sócio fundador destas duas últimas.

Na política, Melo e Simas foi Deputado às Cortes, Senador e Ministro da Instrução Pública.



GaCS/FG

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