terça-feira, 25 de outubro de 2011

“Açores não estão parados à espera que a crise passe”, afirma Vasco Cordeiro


A Região Autónoma dos Açores “não está parada à espera que a crise passe”, assegurou hoje, em Ponta Delgada, o Secretário Regional da Economia, Vasco Cordeiro, durante a apresentação do projecto de promoção do património gastronómico dos Açores, uma iniciativa da delegação dos Açores da Associação de Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) apoiada pelo Governo dos Açores.


Um dos exemplos do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido, a par de outros, como o anúncio hoje feito do início de ligações aéreas no próximo Verão com a Bélgica, através do operador Jetair, ou a entrada dos Açores no circuito de comercialização da segunda maior rede de distribuição alemã, a Thomas Cook, é, precisamente, o trabalho que agora vai ser desenvolvido pela AHRESP para a promoção do património gastronómico regional.

Segundo Vasco Cordeiro, esta acção “vai permitir qualificar a nossa oferta turística, apresentando a Gastronomia, como mais um elemento diferenciador do destino Açores, transformando-a num verdadeiro produto estratégico e competitivo, promovendo-a e salvaguardando-a, ao mesmo tempo que incentivamos o consumo dos produtos regionais, tradicionais e qualificados”.

Assim, acrescentou, “este é um projecto que visa qualificar e valorizar o destino Açores, mas sobretudo é um projecto em que ganham, os produtores, a restauração, os operadores e os consumidores”.

O projecto hoje apresentado é ainda mais importante por ocorrer num momento em que são conhecidos os efeitos adversos da crise económica que se verifica no mercado nacional e que faz com que “aos desafios diários da vivência e investimento nestas nossas nove ilhas, nos últimos anos 3 anos, se somem outros mais profundos e incontroláveis, fruto de uma crise financeira para a qual a nossa Região não contribuiu, mas que acaba por se reflectir na nossa actividade económica, com especial incidência nas diferentes áreas do sector do Turismo”.

A esse propósito, o Secretário Regional da Economia lamentou que “no caso da restauração, essa recessão deverá ser ainda mais agravada com a decisão do Governo da República de proceder a um aumento muito significativo da taxa de IVA, que duplica, ao contrário da generalidade dos países da Europa que o tem vindo a diminuir por considerar essa decisão imprescindível para a recuperação do sector do Turismo”.

De acordo com o governante, “se o sector do Turismo é encarado por todos como uma das principais áreas com capacidade para ajudar à retoma do crescimento do país, o aumento da taxa do IVA não é compreensível, tendo em conta que acabará por somar mais dificuldades às dificuldades que já existem”.

Para Vasco Cordeiro, no entanto, “se este é um cenário para qual o Governo dos Açores não contribuiu, nem tem possibilidade legal de alterar, não é por essa razão que devemos cruzar os braços e ficar apenas a lamentar as dificuldades”.

Segundo o Secretário Regional da Economia, “nos últimos seis anos, ao abrigo dos programas criados pelo Governo dos Açores, foram apoiados cerca de 1.200 estabelecimentos e mais de 2.000 trabalhadores, o que representa uma forte abrangência ao nível do sector alimentar regional e uma mais-valia para as empresas”.

Garantindo que o Governo dos Açores quer aprofundar ainda mais esses apoios, Vasco Cordeiro anunciou que “em conjunto com as Câmaras do Comércio, estamos neste momento a desenvolver uma nova estratégia de apoio às empresas abrangidas pelo programa Qualimaçores, cuja vigência terminou no passado mês de Junho de forma a garantir novos ganhos para as empresas, através da qualificação, mas igualmente menos custos fixos, centrando o apoio nas componentes mais onerosas, nomeadamente as análises laboratoriais e a formação, que são, de facto, a maior parte dos encargos associados à manutenção dos sistemas de higiene e segurança alimentar”.

Ou seja, explicou, “redirecciona-se o programa para os custos directos que as empresas têm com as análises laboratoriais e formação, ficando o acompanhamento e consultoria sob a responsabilidade das câmaras do comércio ou outras entidades privadas”.



GaCS

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