quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Carlos César considera positivos os resultados da Cimeira da Zona Euro, mas diz que falta um governo europeu


Carlos César reiterou esta manhã a ideia de que “o espaço económico europeu não terá sustentabilidade suficiente enquanto não houver um governo político efectivo da União Europeia.”


Isso significa, como realçou, “uma transferência de soberania dos estados membros, em muitas áreas, para um governo efectivo e para uma política coordenada e integrada, não só no plano monetário, mas também nos planos económico, social, político, da segurança e da defesa.”


Para o Presidente do Governo dos Açores, que falava à margem de uma audiência que concedeu a Fernando Nobre, Presidente da Assistência Médica Internacional (AMI), “todas essas áreas estão por aprofundar na União Europeia e, sem a sua conjugação efectiva, a Europa perderá força em relação aos seus parceiros externos e concorrenciais.”


Recordando que vem defendendo essa ideia há já vários anos – ao invés dos federalistas de agora que há um ano ou dois atrás reclamavam “pequenas perdas de soberania como grandes pecados mortais” – Carlos César considera que, apesar de a Cimeira da zona euro não ter ido tão longe quanto seria possível, os seus resultados são, ainda assim, positivos.


“A redução de cinquenta por cento da dívida grega constitui o aliviar de uma pressão que tem consequências, também, na diminuição do risco sistémico que representava e, por isso, beneficia directa e indirectamente o nosso país, transmitindo, aliás, a Portugal maior poder negocial numa fase em que procura cumprir todos os seus compromissos”, disse.


O aumento do fundo de estabilidade e a recapitalização da banca, em 106 mil milhões de euros, foram considerados factores de esperança por Carlos César, para quem, no entanto, está a faltar à Europa uma política de crescimento e um forte compromisso para defesa da Zona Euro.


“Desta cimeira não resultou tudo o que é preciso para uma Europa forte e para um governo europeu, mas deram-se passos muito significativos no sentido da recuperação da credibilidade externa da União Europeia e da Zona Euro, da confiança dos mercados e a caminho do governo europeu”, concluiu.



GaCS

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