sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Carlos César diz ser preciso apelar à criatividade para vencer uma crise que é conjuntural


À entrada para a reunião do Conselho do Governo Regional em que – pela primeira vez – vão estar também presentes representantes dos sectores empresarial e laboral – Carlos César realçou esta oportunidade de ouvir os parceiros sociais “sobre a sua visão em relação ao conjunto de medidas que, em concreto, devem ser implementadas, no curto e no médio prazo, para a inversão desta situação de desemprego.”



Recordando que há um ano atrás havia nos Açores uma situação muito confortável de taxa de desemprego, o Presidente do Governo avançou a sua leitura dos acontecimentos que levaram a que a região apresente hoje uma taxa significativa de desemprego.


“O que aconteceu foi, basicamente, duas coisas: em primeiro lugar esgotou-se a capacidade de as empresas sobreviverem e actuarem no plano económico sem o financiamento da banca e, em segundo lugar, houve uma incidência, nos Açores, muito significativa, do ponto de vista do consumo e do ponto de vista do volume de negócios, ocasionada pelas medidas de austeridade do Governo da República”, afirmou.


Foi isso que mudou nos últimos seis, sete meses: a capacidade de resistência das empresas à falta de financiamento da banca e os efeitos recessivos nas áreas dos negócios e na diminuição da capacidade de empregabilidade por parte das empresas, ocasionada pelas medidas do Governo da República.


Para Carlos César, “quer a banca, quer, por outro lado, a inevitabilidade da aplicação direta ou obrigatória de algumas das medidas de austeridade do Governo da República, tornam a margem do Governo Regional curta e, por isso, é preciso apelar à criatividade e à imaginação dos parceiros sociais.”


Como fez notar, “nós não estamos com problemas que tenham a ver com medidas estruturais, com medidas de crescimento e com outras declarações que são muito doutorais mas que não têm que ver como mundo real, porque no mundo real as coisas não se passam assim.”


E o Presidente do Governo aludiu ao caso das Canárias para exemplificar, sublinhando que “todos elogiam o investimento público, o investimento privado, a política de sustentabilidade económica e o crescimento brutal do produto interno bruto nas Canárias, mas as Canárias chegaram – ao mesmo tempo que os Açores chegaram aos 15 por cento – aos 29, 8 por cento de desemprego.”


Daí que, sustentou Carlos César, ”o que nos estamos a viver é uma crise de natureza conjuntural que, evidentemente, se repercute de forma diferente consoante a capacidade de as empresas e as famílias resistirem nesta adversidade.”



GaCS

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