sexta-feira, 27 de abril de 2012

Carlos César diz que há uma estratégia de desresponsabilização do Governo da República com aliados nos Açores


O Presidente do Governo dos Açores considera a posição do Ministro da Economia e do Emprego, Álvaro Santos Pereira, que sustentou ser da competência da Região Autónoma dos Açores suportar os custos da formação dos efetivos da PSP no arquipélago, “uma observação sem qualquer sentido”.


Em boa verdade”, acrescenta Carlos César, “nós se agora começamos a pagar a formação profissional aos agentes da PSP, não tarda que o façamos também com os militares, com os funcionários de finanças, enfim, não tarda estarmos a pagar as remunerações do Governo da República”.

No entanto, o Presidente do Governo dos Açores “não estranha” a posição do Ministro porque, diz, “há uma estratégia muito concertada, e infelizmente com aliados na Região, de desresponsabilização do Estado e do Governo da República nas suas funções de soberania na Região Autónoma dos Açores. Já está muito evidenciada, por exemplo, no caso da Universidade dos Açores, em que já se pede à Região aquilo que o Governo da República deve fazer, no caso da RTP-Açores, onde já se pede à Região que pague aquilo que o Governo da República deve fazer, no caso dos aeroportos nos Açores e no caso das obrigações de serviço público”.

Para Carlos César, trata-se de “uma sucessão de acontecimentos que não pode deixar de estar concertada, mas infelizmente tem aliados nos Açores. Há pessoas que nos Açores, só para defender o Governo da República, não se importam que a Região fique mergulhada nesses compromissos e fique afetada no seu equilíbrio financeiro”.

Em declarações aos jornalistas hoje na Horta, o Presidente do Governo referiu que a líder do PSD-Açores tem a “singularidade” de, “ao mesmo tempo que está sempre a dizer que a Região está numa situação financeira muito difícil, ao mesmo tempo está sempre a prometer coisas que custam dinheiro à Região Autónoma dos Açores”.

Carlos César esclareceu que há funções que são do Estado e há funções que são da Região. “As funções que são do Estado devem ser suportadas pelo próprio Estado. As funções que são da região são suportadas por nós. É esse o sentido de corresponsabilidade e de partilha que deve existir entre as instituições nacionais e a as regionais”.

Reafirmando a sua incredulidade face à posição assumida pelo Ministro da Economia e Emprego, “e ainda por cima por escrito”, o Presidente do Governo dos Açores adiantou que o que o ofende mais, como açoriano, “é saber que há na Região quem esteja sempre disposto a dizer que sim a essa gente, desde que seja para proteger o Governo da República e a Região pagar mais, pagar mais, pagar mais. Isso é que não pode acontecer nos Açores”, concluiu.

Anexos:
2012.04.27-PGR-ComentárioMinistroEconomia.mp3

GaCS

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