sábado, 28 de abril de 2012

Problema da Europa é não ter construído uma união financeira


O problema da Europa deriva de não ter sido capaz de construir uma união financeira, com capacidade para responder a situações de crise, estando agora à mercê dos “distantes e desconhecidos mercados”.

A ideia foi defendida na noite desta sexta-feira, em Angra do Heroísmo, pelo Vice-presidente do Governo dos Açores, falando perante centena e meia de empresários, num jantar comemorativo dos 160 anos da Câmara do Comércio de Angra do Heroísmo.
“O problema que nós vivemos e sentimos todos é um problema europeu, que assenta no facto de termos construído uma união política, económica e comercial europeia mas de não termos tido a capacidade de construir na Europa uma união financeira”, disse Sérgio Ávila.
Exemplificando com a conjuntura atual, Sérgio Ávila acrescentou que se vivem, “nos Açores como em toda a Europa”, dois problemas essenciais, sendo o primeiro “a incapacidade do sistema financeiro para financiar as empresas e as famílias”, enquanto que o segundo é “a redução do rendimento disponível das famílias”, com graves reflexos no consumo e na atividade económica.
“Isto aconteceu em nome de dois objectivos”, continuou, que são a “redução significativa do défice e da dívida pública dos países” envolvidos. No entanto, sublinhou o governante, “estamos a fazer isso contra um espaço económico concorrencial – que é o espaço de referência Estados Unidos –, onde não existem essas preocupações”.
Reiterando que o problema europeu não está num ou noutro país, como seria o caso de Portugal, Sérgio Ávila citou as últimas estatísticas do EUROSTAT que revelam que o défice médio dos 27 membros da União Europeia está nos 4,5% e que a dívida publica média já vai nos 82,5% do Produto Interno Bruto.
Perante estes números, o Vice-presidente do Governo interrogou: “estaremos a encontrar a solução certa para uma realidade que não é de um país, mas de toda a conjuntura europeia?”.
Respondendo à sua própria pergunta, Sérgio Ávila acrescentou entender que “os passos que têm sido dados não apontam para que a solução encontrada e o problema identificado sejam, primeiro, o problema e, segundo, que seja esta a solução”.
A terminar, o governante exortou os empresários presentes e os da Região, em geral, a continuarem a trabalhar, com afinco e inovação, apesar da conjuntura adversa, para a recuperação económica e desenvolvimento do arquipélago, garantindo ainda que o Governo dos Açores continuará a apoiar as empresas nessa tarefa.
Anexos:
2012.04.27-VPGR-C.Comércio.mp3

GaCS

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