quinta-feira, 19 de julho de 2012

Intervenção do Secretário Regional da Presidência


Texto integral da intervenção do Secretário Regional da Presidência, André Bradford, proferida hoje, em Ponta Delgada, na apresentação do projeto de arquitetura da Academia de Juventude de São Miguel:

"Estamos hoje a dar seguimento a mais um compromisso do Governo dos Açores para com a Juventude: a Academia de Juventude de S. Miguel, por enquanto apenas em projeto mas já com o seu modelo de funcionamento definido e a sua estrutura orgânica estabelecida.

Tal como nos comprometemos, e tal como o Senhor Diretor acabou de vos transmitir, seguiremos, no caso da Academia de Juventude de S. Miguel, um modelo descentralizado, adaptado por isso à dimensão da ilha, aproveitando as capacidades instaladas e as vocações tradicionais de vários polos de produção artístico-cultural existentes em S. Miguel.

Mais do que um só edifício, a Academia de Juventude de S. Miguel será uma estrutura multivalências, que aproveitará os diversos equipamentos públicos existentes na ilha como sedes de criação, experimentação e formação nas várias áreas criativas que iremos trabalhar – das artes plásticas ao multimédia, da música às artes performativas – bem como fornecerá os meios técnicos e os palcos necessários à posterior divulgação dos produtos que resultarem desse trabalho.

Paralelamente, num núcleo central a edificar junto ao espaço que nos encontramos, teremos a funcionar a PDL Creative Factory, unidade central de toda a estrutura e que será, em simultâneo, o polo ligado à música, som, cinema e vídeo e fotografia, e o espaço de gestão estratégica e administrativa da Academia. Este será, na prática, o único investimento físico a realizar para viabilizar todo o projeto e, mesmo assim, aproveitará o edifício pré-existente, procurando conferir-lhe a modernidade arquitetónica e as condições técnicas necessárias às funcionalidades que se pretende que ele tenha.

Todo este projeto não nasce no vazio e surge em coerência com o esforço estratégico que o Governo dos Açores tem desenvolvido, no âmbito das suas políticas de Juventude, relativamente às áreas das indústrias culturais e criativas, da inovação e do empreendedorismo jovem.

Criámos programas de formação específica em inovação e empreendedorismo para os vários ciclos de ensino; desenvolvemos programas de apoio e fomento à iniciativa empresarial dos jovens; demos início à rede de Academias da Juventude apoiando o projeto da Academia da Ilha Terceira, na Praia da Vitória, quer na sua fase de construção quer quanto ao desenvolvimento do seu plano de atividades; criámos programas de valorização, reconhecimento e apoio ao desenvolvimento dos jovens criadores açorianos, com o sucesso que se conhece, como são os casos do LABJOVEM e do PÕE-TE EM CENA…

…enfim, criámos um conjunto articulado de projetos, programas e medidas, que, no seu conjunto, configuram uma opção estratégica e uma política pública direcionada para o aproveitamento da capacidade natural dos jovens para inovarem, ousarem, criarem e alargarem, com a sua inspiração e com o seu trabalho, as suas possibilidades de emancipação e realização profissional.


Estamos, pois, a dar seguimento ao contrato que este Governo tem com a juventude açoriana, que não é um contrato a termo de três meses, com objetivos puramente eleitoralistas, que não se consubstancia em encontros de sábado à tarde, mas que é um contrato por tempo indeterminado, assente numa vínculo sólido, com garantias e resultados, que já dura há 16 anos.

Apostámos na mobilidade interna e externa da Juventude açoriana – através de instrumentos como o Cartão Interjovem, por exemplo – quando os jovens dos Açores não se conheciam uns aos outros, não conheciam a ilha ao lado, não tinham noção da amplitude e diversidade da sua própria Região;

Apostámos no fomento do Associativismo Jovem, libertando para esse efeito verbas significativas em parcerias diversificadas, numa altura em que havia diversas ilhas da Região que não tinham qualquer associação juvenil e em que a quantidade e qualidade da ação cívica dos jovens deixava muito a desejar;

Apostámos na valorização da formação em ambiente informal, na ocupação dos tempos livres, na oferta de atividades de campos de férias, no voluntariado jovem e na promoção de hábitos de vida saudável, diversificando os programas e instrumentos de apoio aos dispor das entidades parceiras;

Num período de instabilidade económico-social e de maiores dificuldades financeiras no todo nacional, motivadas pela crise euro-americana das dívidas soberanas, apostámos na majoração dos apoios ao arrendamento por jovens casais, acentuámos a aposta nos programas de estágio e de abordagem inicial ao mercado de trabalho, criámos programas de requalificação dos jovens com formação superior em áreas de menor empregabilidade (como é o caso do recente “L+”).

Não fizemos ainda tudo o que há a fazer, nem fizemos tudo bem feito, mas temos a certeza de termos ajudado a tornar os Açores numa Região muito mais consciente do seu potencial humano, da importância da qualificação da sua juventude e da necessidade do investimento constante em mecanismos de apoio às políticas direcionadas para os jovens.

Aqueles que agora propõem contratos e cláusulas, e falam em inovação, em base tecnológica, em transversalidade e novas oportunidades, quando saíram do Governo deixaram:

0 jovens açorianos em programas de intercâmbio e mobilidade;
0 jovens açorianos com acesso a campos de férias;
0 jovens açorianos com acesso a redes de informação juvenil;
0  jovens açorianos com formação em empreendedorismo, autoemprego e inovação;
menos 400% de jovens integrados em associações juvenis;
e menos 3000% de entidades parceiras e associações de âmbito juvenil.

Quem tem um histórico destes, teria enormes dificuldades, não são em perceber as dinâmicas da juventude açoriana de hoje em dia, como em cumprir o que diz querer fazer."



GaCS

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