sexta-feira, 23 de maio de 2014

Rodrigo Oliveira destaca “vivência açoriana” nas rendas de bilros de Santa Catarina, no Brasil

O Subsecretário Regional da Presidência para as Relações Externas destacou, em Ponta Delgada, o empenho das participantes do ‘Curso de Formação de Renda de Bilros: de Santa Catarina aos Açores’, afirmando que “mais do que aprender a técnica, sentiram o que é o viver esta atividade, que não é apenas artesanato, que não é apenas uma técnica, é uma vivência, significa tudo aquilo que os Açores são e levaram há tantos anos” a Florianópolis e ao sul do Brasil.

Rodrigo Oliveira, que falava quinta-feira na sessão de encerramento do curso e de lançamento do livro ‘Renda de Bilros de Florianópolis’, frisou que a iniciativa “permitiu unir tantos quilómetros que nos distanciam, de mar, do sul do Brasil mas também tantos séculos, dois séculos e meio de História, em relação aos primeiros açorianos que chegaram às terras de Santa Catarina”.

Na sua intervenção, recordou as difíceis provações suportadas por centenas de emigrantes, elogiando a perseverança dos açorianos que rumaram ao sul do Brasil, “numa emigração que foi muito localizada no tempo mas que continuou, graças ao carácter de um povo, aos genes que se transmitem e a uma cultura muito forte” e que hoje é visível nas tradições e costumes de origem açoriana, mas também no orgulho que as populações atuais de Santa Catarina têm nas suas origens insulares.

O Subsecretário Regional salientou ainda o contributo desta iniciativa, que juntou vários departamentos do Governo dos Açores, para o “fechar de um ciclo”, unindo tradições seculares e, com elas, os seus praticantes e apreciadores.

“Os nossos açorianos, há 250 anos, levaram esta técnica que tinham recebido, porventura, dos primeiros povoadores da Flandres, 200 anos antes e, agora, em pleno século XXI, são estas novas caravelas do sul do Brasil que nos trazem estas técnicas”, afirmou, destacando o contributo da Casa dos Açores da Ilha de Santa Catarina para a formação em renda de bilro e a oportunidade que esta representa para o empreendedorismo, a empregabilidade e a valorização pessoal das 30 formandas, bem como para o reavivar desta forma de artesanato e de arte nos Açores.

A coincidência do final deste curso com as Festas do Senhor Santo Cristo dos Milagres e a exposição que estará patente no Campo de São Francisco foi também referida por Rodrigo Oliveira, que realçou a importância da partilha dos trabalhos desenvolvidos no curso com “milhares e milhares de emigrantes que regressam, numa profunda manifestação de fé, mas também numa manifestação das nossas mais profundas tradições”, permitindo juntar as comunidades, mais recentes, dos Estados Unidos, Canadá ou Bermuda, com as do sul do Brasil, em particular de Florianópolis e do Estado de Santa Catarina.

Este curso de formação, uma iniciativa da Direção Regional das Comunidades, em parceria com a Direção Regional do Emprego e Qualificação Profissional e com o Centro Regional de Apoio ao Artesanato, contou com a participação de três dezenas de formandas que, durante um mês, sob a orientação de duas rendeiras de Santa Catarina, no Brasil, aprenderam a técnica tradicional da renda de bilros.

Desta forma, contribuíram para a promoção e revitalização de uma arte que existe há mais de 250 anos no sul do Brasil, para onde foi levada pelos primeiros povoadores açorianos.

Os trabalhos finais em renda de bilros estarão patentes ao público numa exposição que será inaugurada hoje na Capela da Igreja de São José, em Ponta Delgada, e pode ser visitada até 29 de maio, com entrada gratuita.



Anexos:

GaCS

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