domingo, 31 de agosto de 2014

Obra de reabilitação vai tornar a Fábrica da Baleia de Porto Pim “mais funcional”, afirma Luís Neto Viveiros

O Secretário Regional da Agricultura e Ambiente afirmou, na Horta, que a intervenção decidida para a Fábrica da Baleia em Porto Pim, uma obra no valor estimado de cerca de 800 mil euros, vai tornar este Imóvel de Interesse Público “mais funcional em termos de visitação”.

“Com esta obra pretende-se consolidar este edifício, dotando-o de uma faceta mais funcional [em termos de visitação], não descaraterizando a sua traça”, disse Luís Neto Viveiros em declarações aos jornalistas sábado à noite, à margem da apresentação pública do projeto de arquitetura, integrada no programa de comemorações do Dia da Fábrica 2014.

O Secretário Regional realçou ainda a importância de preservar “um valor cultural muito importante, de uma época em que a atividade da baleação foi muito próspera, quer no Faial quer em toda a nossa Região.”

Luís Neto Viveiros salientou também o papel do Observatório do Mar dos Açores (OMA) na gestão e promoção da visitação da Fábrica da Baleia que registou, em 2013, mais de 10 mil visitantes, e que, acrescentou, passa a dispor de melhores condições para desenvolver esse trabalho após a conclusão da obra, cujo concurso está previsto para o próximo ano.

A reabilitação da Fábrica da Baleia do Porto Pim, projetada por um gabinete de arquitetura da ilha do Faial, completa o investimento realizado pelo Governo dos Açores no complexo do Monte da Guia que integra a Casa dos Dabney e o Aquário do Porto Pim -Estação de Peixes Vivos.

O projeto apresentado pelo arquiteto Carlos Garcia visa, sobretudo, a conservação do edificado, com a substituição da cobertura e dos vãos, a construção de instalações sanitárias dedicadas e a requalificação da zona da rampa, suprimindo algumas dissonâncias e contemplando, entre outros, um acesso direto ao passeio de Porto Pim.

Promove, além do melhoramento das condições de visitação da estrutura industrial, a reabilitação dos espaços de trabalho atribuídos ao OMA, e a criação de um pequeno auditório, com cerca de 80 lugares.

Na apresentação pública foi, ainda, recordada a memória baleeira.

A caça à baleia nos Açores desenvolveu-se, essencialmente, entre meados do século XIX e o terceiro quartel do século XX, revestindo grande importância para a economia das ilhas.

Na década de 50 do século XIX, Charles William Dabney construiu na Baia de Porto Pim a primeira unidade de processamento costeiro de cachalotes – a “Fábrica do Tufo”, no edifício onde, atualmente, está instalado o Aquário de Porto Pim.

A fábrica velha funcionou até 1942, precisamente até à abertura da Fábrica da Baleia da Sociedade Industrial Marítima Açoreana, Lda. (SIMAL) que começou a ser construída em 1941.

A Fábrica do Porto Pim coincide com o período da transformação industrial em que do cachalote se aproveitava quase tudo – a gordura era transformada em óleo e os ossos em farinha –, sendo que nos, pouco mais, de 30 anos em que funcionou (viria a ser encerrada em 1974) foram laborados quase dois mil cachalotes.

Hoje, as vigias continuam a ser utilizadas no apoio a uma atividade turística que o Secretário Regional considerou de extrema importância como o avistamento de cetáceos, referindo ainda a recuperação de botes que dão colorido às baías e enseadas das ilhas nas regatas de vela e remo, assim como à importância do património industrial que alberga museus e centros de interpretação.

Na Fábrica da Baleia de Porto Pim, a maquinaria original encontra-se em bom estado de conservação, constituindo um dos melhores exemplares da extinta indústria baleeira açoriana, essencial para a compreensão histórica, económica e social dessa atividade.

Anexos:

GaCS

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