domingo, 22 de março de 2015

Avelino Meneses destaca papel dos idosos como educadores da juventude

O Secretário Regional da Educação e Cultura destacou hoje, em Tulare, na Califórnia, o papel dos idosos, em particular dos avós, como “os verdadeiros educadores da juventude” e, no caso da diáspora,“os mais poderosos agentes de preservação da nossa matriz cultural”.

“Na comunidade que vive na Região e no País, mas sobretudo nas comunidades que vivem longe da Região e do País, os idosos, isto é, os avós são depositários de um saber inestimável que só frutificará se for convenientemente transmitido aos mais novos”, afirmou Avelino Meneses, na sessão de encerramento do XXXIX Congresso da Luso American Education Foundation, onde representou o Presidente do Governo.

Avelino Meneses salientou que “fora da terra natal são certamente mais difíceis as relações entre pais e filhos, dado que os primeiros vivem para o trabalho, nem sempre digno e compensador, dado que os últimos enfrentam as contradições da escola, ora integradora, ora segregacionista, que dificulta a socialização”, acrescentando que “são os avós as pontes de diálogo entre as gerações desavindas, que conseguem o retorno dos jovens, primeiro ao conhecimento das suas origens, depois ao respeito e à recuperação das suas raízes”.

“Na Califórnia, como em todos os recantos da nossa diáspora, os mais velhos são os principais depositários do legado português”, frisou, salientando que, no caso dos Açores “eles são os transmissores da Açorianidade, essa máxima de Vitorino Nemésio que enraíza no reconhecimento de uma individualidade insular muito própria, resultante de uma vivência de cinco séculos num ambiente diverso do continental, isto é, de uma evolução peculiar da história, muito condicionada pela força da geografia”.

Na sua intervenção, o Secretário Regional recordou que, na definição da identidade açoriana, “os poetas evocam muito o afastamento do mundo e a descontinuidade do território, que convertem as ilhas em agentes de cristalização de comportamentos, isto é, em sinónimo de isolamento”, realçando, todavia, que “o posicionamento privilegiado em pleno Atlântico, favorecido pelo determinismo do mar e pelas condições da navegação, primeiro a marítima, depois a aérea, transforma os Açores em meio de aproximação dos continentes, isto é, em sinónimo de universalidade”.

“Nestas circunstâncias, a mundividência constitui uma importante faceta da Açorianidade que comunga e acentua o caráter universalista da cultura portuguesa”, afirmou.

Para o Secretário Regional da Educação e Cultura, “são grandes os contrastes” entre os Açores e a Califórnia, considerando que “o maior de todos radica, por certo, no confronto entre o mar infinito dos Açores e a terra infinita da Califórnia”.

No encerramento de um congresso dedicado ao legado português na Califórnia, Avelino Meneses afirmou que, apesar desses contrastes, “acreditamos nas vantagens da preservação da nossa cultura açórica, porque nos concede uma identidade, o mesmo é dizer, uma mais-valia na sociedade global da indiferenciação”.

Anexos:
2015.03.22-SREC-EncerramentoTulare.mp3

GaCS

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