quinta-feira, 26 de março de 2015

Rodrigo Oliveira elogia “grande movimento de redescoberta das raízes açorianas” no sul do Brasil

O Subsecretário Regional da Presidência para as Relações Externas destacou, no Brasil, a ação desenvolvida pelas salas e núcleos açorianos existentes em vários municípios do Estado do Rio Grande do Sul, que permitiram gerar “um grande movimento de redescoberta” das raízes açorianas.

“Em poucos anos, inúmeras localidades gaúchas despertaram para a importância de conhecer o seu passado e, consequentemente, para a valorização da memória da presença açoriana. Tratou-se, portanto, de um projeto de sucesso que vingou”, afirmou Rodrigo Oliveira, salientando o aparecimento e desenvolvimento de inúmeras atividades, como encontros, seminários, festivais, divulgação em escolas, concursos e festas, entre as quais a celebração do Divino Espírito Santo.

Rodrigo Oliveira falava quarta-feira na abertura do Fórum das Salas Açorianas, uma iniciativa da Direção Regional das Comunidades e da Casa dos Açores do Estado do Rio Grande do Sul (CAERGS) em que participaram representantes de diversos municípios, nomeadamente de Porto Alegre, Gravataí, Santo António da Patrulha, Osório, Ilha da Pintada, Pelotas, Cambará do Sul, Triunfo e Viamão.

“Estes núcleos culturais, com o seu dinamismo, a sua sensibilidade e esmerado empenho, desenvolveram um trabalho de relevante importância que, não só serviu para aproximar os dois lados do Atlântico, mas também para valorizar a matriz cultural que nos é comum e que nos mantém unidos”, frisou.

Na sua intervenção, o Subsecretário Regional salientou que o apoio dado pelo Governo dos Açores a estes núcleos de cultura açoriana, através da oferta de material diversificado sobre a Região, contribuiu decisivamente para “a preservação da cultura açoriana e a divulgação da Açorianidade, bem como o reconhecimento da importância dos Açorianos e açordescendentes como agentes fundamentais na construção das sociedades onde se encontram radicados”, o que, na sua opinião, são ações que “valorizam as comunidades e prestigiam a Região Autónoma dos Açores”, mas que é necessário prosseguir, para que, também no Brasil, “os jovens açordescendentes tomem consciência desta realidade e se sintam orgulhosos das suas raízes”.

Nesse sentido, destacou também a “indispensável colaboração e apoio dos municípios” onde foram criadas as Salas Açorianas, apelando a uma conjugação de esforços para a continuação deste “importante trabalho de afirmação da Açorianidade”, enaltecendo o trabalho do Instituto Cultural Português de Porto Alegre e da Casa dos Açores do Estado do Rio Grande do Sul como “parceiros estratégicos”.

“É na reunião de sinergias e de boas vontades que se conseguem grandes resultados”, afirmou Rodrigo Oliveira, assegurando o empenho do Governo dos Açores na dinamização desta rede, criando condições para que “continue a desenvolver atividades que divulguem localmente a modernidade e desenvolvimento dos Açores, bem como as suas diversas potencialidades de investimento”.

Rodrigo Oliveira recordou os casais açorianos que iniciaram há mais de 250 anos o povoamento desta região do sul do Brasil, onde as marcas da presença açoriana são bem visíveis no património cultural do povo gaúcho, salientando os esforços desenvolvidos pelos executivos regionais para promover uma aproximação e um relacionamento mais intenso entre as instituições dos Açores e das comunidades da diáspora.

Para o Subsecretário Regional, encontros como o fórum que decorreu quarta-feira são espaços privilegiados “para o diálogo, troca de experiências, estudo e implementação de estratégias entre as instituições presentes, com vista à realização de projetos comuns que valorizem e promovam a herança cultural açoriana e prestigiem os Açores”, reafirmando, por isso, “a disponibilidade do Governo dos Açores em apoiar a dinamização das Salas Açorianas, em parceria com os respetivos municípios, Casa dos Açores do Estado do Rio Grande do Sul e Instituto Cultural Português”.

“Esta nossa disponibilidade e vontade permitirão promover a preservação da identidade cultural açoriana, mas também divulgar a realidade atual dos Açores e, não menos importante, dar a conhecer aos açorianos espalhados por este mundo fora o relevante trabalho desenvolvido a nível local e municipal, por tantas instituições, em prol da Açorianidade”, frisou.

No final do dia, Rodrigo Oliveira participou na sessão comemorativa do 12.º aniversário da Casa dos Açores do Estado do Rio Grande do Sul, onde destacou a preponderante ação aglutinadora que tem desempenhado naquele Estado, enquanto “verdadeira Embaixada da Açorianidade em terras gaúchas”.

A celebração do aniversário da CAERG contou com a presença de muitas dezenas de associados e amigos da Casa, além de inúmeras autoridades locais, contando ainda com a atuação de grupos de música e dança tradicionais açoriana e gaúcha.

Fundada em março de 2003, a Casa dos Açores do Estado do Rio Grande do Sul está sediada na cidade de Gravataí, tendo como objetivos a divulgação da história, música, dança, folclore, artesanato e demais valores culturais e sociais dos Açores, através da realização de intercâmbios nas mais diferentes áreas entre os Açores, o Rio Grande do Sul e as demais Comunidades Açorianas, bem como a edição de livros, realização de encontros e palestras, entre outras atividades.



GaCS

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