terça-feira, 21 de abril de 2015

Rodrigo Oliveira afirma que os Açores têm um papel a desempenhar nos fluxos migratórios contemporâneos

O Subsecretário Regional da Presidência para as Relações Externas defendeu hoje, em Pequim, que os Açores têm um papel a desempenhar nos fluxos migratórios contemporâneos, não apenas pela sua história na emigração e, mais recentemente, na imigração, mas também pela sua privilegiada posição entre os continentes europeu e norte-americano e pelas oportunidades no âmbito da investigação e investimento.

Rodrigo Oliveira, que intervinha no Fórum Internacional sobre Migrações Globais e Desenvolvimento, no Centro Internacional de Congressos de Pequim, abordou o percurso migratório dos Açores e das suas gentes, com início pouco mais de 200 anos após o povoamento do século XV para o Brasil, realçando o modo como a Região acolhe os imigrantes e promove políticas inclusivas, bem como a interculturalidade, seguindo o exemplo dos Açorianos na diáspora, que se integraram nas sociedades de acolhimento, mantendo uma forte ligação aos costumes e tradições dos Açores.

A situação e os desafios específicos das Regiões Ultraperiféricas (RUP) no âmbito das migrações foram também abordadas nesta intervenção num painel onde participaram também Jurgen Schroeder, do Governo Federal alemão, Christel Baltes, da Universidade do Luxemburgo, e Anne Guller-Frey, da coordenação de projetos transnacionais da Alemanha.

Rodrigo Oliveira, tomando como exemplo a Região Autónoma dos Acores, referiu a cooperação com outros países e territórios, em diversas áreas, fundada nas rotas emigratórias dos Açorianos para o Brasil, Uruguai, EUA, Bermuda e Canadá, e na dinâmica das comunidades açorianas, da sua integração e influência política, económica e social.

Neste encontro internacional, organizado pelo Centre for China and Globalization, com o apoio do Governo da República Popular da China, Rodrigo Oliveira abordou a denominada “nova mobilidade” mundial, tanto a nível académico como profissional, e defendeu a importância de se promover a partilha de experiências e conhecimento, através de recursos humanos qualificados, em especial no caso de territórios com condicionalismos específicos como as RUP.

“Ouvi falar muito aqui da mobilidade estudantil e profissional e do quanto os estudantes universitários chineses frequentam cursos e estágios no estrangeiro”, nomeadamente para serem fluentes numa língua estrangeira, salientou o Subsecretário Regional, salientando a importância do português, falado por 250 milhões de pessoas, em países com os quais a China mantém um forte relacionamento económico, como Moçambique, Angola ou Brasil.

Numa intervenção perante uma plateia composta por estudantes, representantes diplomáticos e políticos, instituições académicas e organizações não governamentais, Rodrigo Oliveira destacou os Açores e a sua universidade enquanto “espaço privilegiado para o acolhimento de estudantes estrangeiros“, desde logo no âmbito do aprofundamento do conhecimento da língua portuguesa, mas também de “empreendedores estrangeiros”, tendo apresentado um conjunto de caraterísticas e potencialidades da Região na área da oceanografia, biodiversidade, ciências naturais, estudo das alterações climáticas, vulcanologia, sismologia e energias renováveis, entre outras.

O Subsecretário Regional destacou ainda a localização dos Açores em pleno Atlântico e a importância das ligações entre os continentes americano e europeu, bem como a estabilidade política e o ambiente económico favorável ao investimento estrangeiro.

No debate que se seguiu, Rodrigo Oliveira destacou a importância e as potencialidades da zona económica exclusiva e da plataforma continental da Região Autónoma dos Açores, do ponto de vista dos seus recursos biológicos e minerais, bem como das infraestruturas existentes e da investigação realizada nos Açores no âmbito da Oceanografia.

“As ciências do Mar, que têm despertado o interesse e a ação de tantos países, de todos os oceanos e continentes, encontram nos Açores as condições logísticas e de convergência do conhecimento ideais para o aprofundamento da cooperação internacional e, também, para a ação de especialistas de todo o mundo”, frisou Rodrigo Oliveira, perante os participantes oriundos de várias cidades da China, da Austrália, Canadá,  EUA, Grécia, Índia, Japão, Luxemburgo, Singapura e Suíça.



GaCS

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