sexta-feira, 29 de julho de 2016

Governo dos Açores aposta na educação ambiental porque “só protegemos o que conhecemos”, afirma Neto Viveiros

O secretário Regional da Agricultura e Ambiente afirmou hoje, na Praia da Vitória, que, “consciente de que só protegemos o que conhecemos, o Governo dos Açores tem apostado numa política de educação ambiental e para o desenvolvimento sustentável”.

Esta aposta, segundo Luís Neto Viveiros, tem sido operacionalizada através das ecotecas e de diversos programas, como, por exemplo, o Parque Ilha ou o Parque Escola, que envolve anualmente milhares de alunos, assim como na criação da rede de Centros Ambientais dos Açores, inseridos nos Parques Naturais de Ilha.

Esta rede, já com 16 infraestruturas em toda a Região, vai ser alargada este ano com a abertura da Casa dos Fósseis, em Santa Maria, e da Casa do Ananás, em S. Miguel, adiantou o Secretário Regional.

Neto Viveiros, que falava na inauguração do Centro de Interpretação da Infraestrutura Verde Húmida Costeira da Praia da Vitória, cerimónia a que presidiu em representação do Presidente do Governo, enalteceu a criação desta infraestrutura pela autarquia, reforçando a oferta existente no arquipélago.

O centro agora inaugurado, segundo o titular da pasta do Ambiente, tem “a missão de promover o conhecimento” daquela zona e a “importância da sua preservação”, junto da população residente e dos visitantes, com mais-valias ecológicas, mas também socioeconómicas.

“Conjuntamente com os resultados já obtidos a nível ecológico, ou seja, com a melhoria das condições que fornecem refúgio às aves migradoras, este centro vai contribuir para promover o turismo ornitológico, enquanto mais um polo dinamizador do desenvolvimento socioeconómico do concelho”, salientou.

Na sua intervenção, recordou que, “desde 2012 e com a aprovação da candidatura do Paul da Praia da Vitória à classificação de zona húmida protegida de interesse internacional, por iniciativa da Câmara e proposta formal do Governo dos Açores, a Região passou a ter 13 sítios integrados na lista da Convenção Ramsar”.

Um deles, o mais recente, frisou Neto Viveiros, é o Paul da Praia da Vitória, “onde se desenvolve, sob gestão municipal, o Projeto LIFE+ para o Restauro Ecológico da Infraestrutura Verde Húmida da Praia da Vitória, que também engloba o Paul do Belo Jardim e o Paul da Pedreira do Cabo da Praia”.

No Paul da Praia da Vitória, que, no início do século passado, se enchia água salgada em cada maré através da areia porosa, apesar de também receber água doce proveniente da chuva e da água subterrânea das terras mais altas, nidifica, por exemplo, a galinha d’água (Galinulla Chloropus), sendo possível observar nesta zona inúmeras espécies de aves.

Os 13 sítios dos Açores classificados ao abrigo da Convenção Ramsar são as lagoas das fajãs dos Cubres e da Caldeira de Santo Cristo (S. Jorge), a Caldeira da Graciosa (Furna do Enxofre, Graciosa), a Caldeira do Faial, o Caldeirão do Corvo, os complexos vulcânicos das Furnas, das Sete Cidades e do Fogo (S. Miguel), os ilhéus das Formigas e o Recife Dollabarat, o Planalto Central de Terceira (Furnas do Enxofre e Algar do Carvão), o Paul de Praia da Vitória (Terceira) e os planaltos Central das Flores (Morro Alto), Central de São Jorge (Pico da Esperança) e Central do Pico (Achada).

A Convenção sobre as Zonas Húmidas realizou-se a 2 de fevereiro de 1971, em Ramsar, no Irão, com o propósito de promover a cooperação internacional e incentivar as ações nacionais para uma gestão racional e sustentável destes sítios que, salientou Neto Viveiros, “como o próprio nome indica, são de extrema importância na preservação e retenção dos recursos hídricos e na prevenção de cheias e derrocadas”.

Anexos:
2016.07.28-SRAA-EducaçãoAmbiental.mp3

GaCS

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